DIATEC – UFC

COVID-19

Pequisadores:

Antônio Paulo de Hollanda Cavalcante(Lattes)

Marcelo Colares da Silva (Lattes)

Colaboradores Internos:

André Lima Férrer de Almeida (Lattes)

Diego Aguiar Souza (Lattes)

Tarcisio Ferreira Maciel (Lattes)
 
Colaboradores Externos:

Galba Freire Moita (Fiocruz) (Lattes)

 

 No contexto da crise sanitária e socioeconômica global provocada pelo novo coronavírus, cientistas de todo o mundo têm se unido para formar redes de combate à COVID-19. Não haveria de ser diferente na Universidade Federal do Ceará, que também contribui para conhecer mais a fundo a doença, buscando soluções para seu enfrentamento. No Centro de Tecnologia da UFC, um grupo de trabalho realiza uma série de estudos para analisar a disseminação do coronavírus na Região Metropolitana de Fortaleza. Dessas pesquisas, participam representantes dos Departamentos de Integração Acadêmica e Tecnológica (DIATEC), de Engenharia de Teleinformática (DETI) e de Engenharia Elétrica (DEE).

Segundo o Prof. Antonio Paulo Cavalcante, docente do DIATEC e um dos coordenadores da pesquisa “Estudo da influência das condições climáticas e socioespaciais para contágio da COVID-19 em Fortaleza”, fatores como densidade populacional, uso e ocupação do solo e índice de desenvolvimento humano (IDH) são importantes para se entender como o coronavírus tem se comportado localmente. A esses aspectos socioespaciais, estudados em diversos bairros da capital cearense, foram adicionadas informações como condicionantes ambientais de precipitação, umidade, temperatura e velocidade dos ventos.

Na pesquisa, foram detectados territórios possivelmente mais atingidos pela pandemia, com a síntese de dados disponibilizados pelo Governo do Ceará, por meio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e da plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde.

Entre as áreas da cidade com maiores taxas potenciais de contaminação, o estudo apontou, inicialmente, os bairros Aldeota, Cais do Porto, Vicente Pinzón, Praia do Futuro, Moura Brasil, Barra do Ceará, Canindezinho, Centro, Cristo Redentor, Edson Queiroz, José de Alencar, Presidente Kennedy, Papicu e Vila Velha.

“Com as informações mapeadas, será possível acompanhar diariamente no espaço e no tempo quando, como e onde estão os casos suspeitos, contaminados, recuperados e óbitos. Essa informação pode ajudar os gestores a agir no monitoramento e controle de ações sanitárias”, comenta.

Considerando os bairros estudados, seus respectivos IDHs foram divididos em três faixas, menor que 0.499 (baixo IDH), entre 0.499 e 0.799(médio IDH) e maior que 0.8 (alto IDH ).  Tal divisão é feita de modo a verificar qual o impacto dessa variável no contágio da COVID-19 nas faixas avaliadas.  Considerando as diferenças entre as populações de cada bairro, o número total de casos foi normalizado em relação a quantidade de 10 mil habitantes. No gráfico a seguir é possível verificar  que o total de casos registrados tende a crescer conforme a mobilidade no bairro também cresce. 

 

Observando também outra variável urbana, a densidade de construção, observa-se que  bairros como Centro, Meireles e Aldeota registraram um maior número de casos uma vez que são grandes centros  que reúnem uma grande quantidade de pessoas diariamente em virtude de suas atividades.

A seguir observa-se a evolução temporal  da média de casos registrados nos bairros estudados junto com a mobilidade média dos bairros. É possível notar que entre maio e julho as curvas apresentavam comportamentos bastante similares, vale ressaltar que esse intervalo de tempo coincidiu com o pico/fim da 1° onda em Fortaleza, portanto,  é notável o impacto da mobilidade no contágio da COVID-19. Nos meses seguintes as curvas tornam-se mais independentes, uma vez que havia um controle mais efetivo da doença na cidade.