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PROJETO COVID-19 GT CLIMA+URB UFC

Pesquisa revela alguns padrões de condições climáticas que podem estar contribuindo para o contágio da Covid-19 em Fortaleza

Sexta, 05 de Maio 2020 15:03

A pandemia da Covid-19 tomou o mundo inteiro de surpresa e a comunidade científica busca aceleradamente entender o comportamento da doença e encontrar um tratamento ou uma cura para a mesma. A rápida contaminação da população mundial pelo novo Coronavírus torna a identificação de fatores (climáticos e socioespaciais) que ajudem a diminuir a curva de contágio de importância substancial para a saúde pública. 

 

Figura 01 – Mapas do Coronavírus em Fortaleza

Alguns estudos investigaram o impacto das condições ambientais na propagação do vírus. Amostras de variáveis de contaminação, de idade, e climáticas foram usadas em casos de Covid-19 na China e pôde-se perceber que a temperatura média esteve fortemente associada à contagem de casos locais da doença naquele país.

Neste contexto, o presente trabalho teve duas perguntas perguntas motivadoras da investigação: (1) É possível avaliar e caracterizar diversas fontes de dados que possam explicar como as condições ambientais, sociais e de política urbana afetam o processo de contágio pela Covid-19?; e (2) Como mapear a participação de variáveis climáticas (temperatura, umidade, precipitação e ventos) como condicionantes ambientais que possam, associadas às condicionantes de contato social, detectar áreas de contágio e seu acompanhamento?

Figura 02 – Características Físicas de Fortaleza

Em função dessas perguntas, buscou-se rever a literatura relacionada a estudos que consideraram a mesma abordagem em países do hemisfério norte, e em seguida investigar as possíveis correlações existentes entre as variáveis climáticas (meteorológicas) para macro-, meso-, e microescalas (Brasil, Ceará e Fortaleza, respectivamente), bem como para variáveis socioeconômicas usando indicadores demográficos e urbanísticos.

O presente estudo revela, apenas, a primeira fase da pesquisa citada, denominado: A Influência das Condições Climáticas e Socioespaciais para Contágio do Covid-19 em Fortaleza. A pesquisa avaliou, a partir da análise de correlações entre as escalas de investigação, padrões de variáveis meteorológicas: umidade (%), precipitação (mm), temperatura (ºC) e ventos (km/h) que se repetiram em faixas coincidentes e que revelam indícios de padrões inspiram maior investigação. A equipe tomou como bases de dados informações da Funceme-INMET e do IntegraSUS e com eles identificou, primeiro por municípios e depois por bairros de Fortaleza, uma repetição desses padrões, vindo a caracterizar bairros-candidatos e com maiores taxas de contaminação, na perspectiva de ‘explicar’ por esta leitura o contágio.

Foram analisados, na macro-escala, todos os estados da federação; na mesoescala, nove municípios do Estado do Ceará, e; na micro-escala os YYY bairros da cidade. Os resultados apontam como potencialmente mais atingidos pela epidemia grave os bairros Aldeota, Cais do Porto, Vicente Pinzon, Praia do Futuro I e II, Arraial Moura Brasil, Barra do Ceará, Canindezinho, Centro, Cristo Redentor, Edson Queiroz, José de Alencar, Presidente Kennedy, Papicu e Vila Velha.

A análise foi produzida por pesquisadores dos departamentos de Integração Acadêmica e Tecnológica (DIATEC), Engenharia de Teleinformática (DETI), Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Engenharia Elétrica (DEE), e colaborações de compartilhamento de dados (UNIFOR, UPORTO e IPLANFOR). Em sua próxima etapa, o trabalho irá incorporar dados socioespaciais de isolamento social, densidades de domicílios, e IDH na busca de mapeamentos que colaborem para a adoção de medidas de vigilância, prevenção, controle e atenção à saúde no município.

Segue em anexo o documento detalhado do Projeto. 

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